
Um internauta postou no feicebuque a frase seguinte: “Quem nasceu pra marimbondo nunca chega a vaga-lume”.
Decerto quem inventou esse “provérbio” teve em mente figurar a oposição entre pessoas “do mal” e pessoas “do bem”su – chamando atenção para a dificuldade de quem nasce perverso (como o marimbondo, malafamado por estar sempre a espalhar ferroadas) transformar-se em benfeitor (como o vaga-lume, bichinho simpático e tão benquerido por ser um semeador de luz).
Trocando em miúdos: sua intenção era dizer que “pau que nasce torto não tem jeito, morre torto”.
De fato, não é fácil crer na mudança de um coração ruim, mas Jesus garante que as pessoas ruins têm conserto sim. Tanto é que Ele nos manda perdoar “setenta vezes sete” os que praticam malvadezas, ou seja, nos manda oferecer infinitamente a quem erra a chance de se tornar melhor. Aliás, foi essa também uma das lições mais bonitas que o papa Francisco nos deixou de herança (“Se Jesus perdoa, quem sou eu para condenar?”)
Poderíamos lembrar o caso dos grandes convertidos, como Paulo, Agostinho e tantos outros. Mas nem é preciso citar exemplos tão marcantes. Entre as pessoas comuns há incontáveis casos de marimbondos que viraram vaga-lumes.
Mesmo assim, entretanto, a gente acha quase impossível imaginar uma sociedade em que os hoje chamados “pecadores” ou “criminosos” passem a ser vistos e tratados como “enfermos” ou “desajustados” – infelizes que não precisam de castigo, mas de terapia psíquica e espiritual. Um processo que exige muita paciência, compreensão e caridade.
Para tanto, seriam todavia necessários ainda muitos anos de reeducação e purificação da humanidade como um todo, até chegarmos a um nível tão alto de civilização que nos leve a um novo modo (fraterno e amoroso) de convivência social.
Em alguns poucos países esse ideal já parece próximo de ser alcançado. Quem sabe os nossos bisnetos verão algo assim no mundo inteiro.
A. A. de Assis
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