
Maringá integra o grupo de 284 cidades do Paraná que não registraram nenhum alerta de desmatamento ilegal da Mata Atlântica em 2024, conforme aponta o Relatório Anual do Desmatamento (RAD), divulgado neste mês pela iniciativa MapBiomas. Entre 2019 e 2023, a Cidade registrou um crescimento de 16% em sua área de vegetação nativa, de acordo com levantamento do MapBiomas, uma rede que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia voltadas ao monitoramento ambiental.
O levantamento, que utiliza imagens de satélite para monitorar áreas de vegetação nativa, mostra que 71% dos 399 municípios do Estado conseguiram manter intactas suas áreas de mata, um marco celebrado ontem, 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica.
O Paraná aparece como o terceiro estado com maior redução no desmatamento do bioma no Brasil em 2024, com queda de 64,9% nos registros em relação ao ano anterior. A conquista é atribuída a políticas públicas consolidadas e programas de incentivo à preservação, como o ICMS Ecológico, que premia financeiramente os municípios com boas práticas ambientais. Em 2024, 146 das cidades com desmatamento zero receberam recursos do programa, reforçando o compromisso local com a conservação.
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, os resultados refletem o esforço conjunto entre governo e municípios. Ele destaca que o Paraná abriga atualmente a segunda maior área contínua de Mata Atlântica do país, com 27% de seu território coberto por esse tipo de vegetação. “A Mata Atlântica há de permanecer. Queremos e vamos multiplicar essa magnífica área de patrimônio natural, seja por reflorestamento ou por conservação. A nossa casa comum merece, o nosso mundo merece, o nosso Paraná merece”, afirmou.
Além de Maringá, outras cidades da região que também zeraram o desmatamento ilegal incluem Sarandi, Floresta, Ângulo, Doutor Camargo, Itambé e Paiçandu.
Para o diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza, preservar o meio-ambiente é também uma forma de garantir qualidade de vida às gerações futuras. “As Reservas Particulares são importantes instrumentos de conservação da biodiversidade como um todo, cuidando da fauna e da flora existente no Estado”, declarou ele.
PLATAFORMA
A plataforma do MapBiomas, responsável pelo monitoramento, consegue identificar desmatamentos a partir de apenas 0,2 hectare e os dados são verificados por imagens de satélite e cruzados com informações públicas para garantir que não se tratem de áreas legalmente autorizadas para supressão de vegetação.
É importante relembrar que os responsáveis por desmatamento ilegal estão sujeitos a penalidades previstas na Lei de Crimes Ambientais, podendo responder administrativa e criminalmente. Os valores arrecadados com multas são destinados ao Fundo Estadual do Meio Ambiente, que financia ações de conservação em todo o Paraná.
De acordo com técnicos do IAT, o avanço em direção ao desmatamento ilegal zero também fortalece a educação ambiental e capacita os gestores públicos. “É fundamental que os municípios vejam a conservação não como um entrave, mas como uma estratégia de desenvolvimento e legado para as futuras gerações”, destaca Natália Corrêa, chefe da Divisão de Incentivos do instituto.
Da Redação
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